O envelhecimento: mudança de estatuto

Envelhecimento não é um problema, mas uma parte natural do ciclo de vida, sendo desejável que constitua uma oportunidade para viver de forma saudável e autónoma o mais tempo possível, o que implica uma acção integrada ao nível da mudança de comportamentos e atitudes da população em geral e da formação dos profissionais de saúde e de outros campos de intervenção social, uma adequação dos serviços de saúde e de apoio social às novas realidades sociais e familiares que acompanham o envelhecimento individual e demográfico e um ajustamento do ambiente às fragilidades que, mais frequentemente, acompanham a idade avançada. O fenómeno do envelhecimento populacional, originalmente conhecido apenas nos países desenvolvidos começa ultimamente a ser notado nos países em vias de desenvolvimento. Este fenómeno deve-se ao aumento da expectativa de vida, ao declínio da taxa de natalidade e ao declínio da mortalidade prematura, principalmente devido às melhores condições gerais de vida da população após a Revolução Industrial. O fenómeno do envelhecimento populacional global está transformando diversos aspectos da sociedade. Se muito do sucesso da longevidade se deve à tecnologia médica mais eficiente: novas vacinas, novas drogas, novas técnicas cirúrgicas, melhor compreensão de aspectos do envelhecimento etc., não se pode dizer o mesmo da tecnologia utilizada diariamente por pessoas, como caixas Multibanco, meios de transporte, dispositivos para o lazer etc., não adequados às limitações de pessoas mais idosas. Muito se tem ouvido das implicações do fenómeno do envelhecimento e seu impacto económico, político e social, mas pouco ou quase nenhum esforço tem sido realizado para adaptar o meio (mobiliário, ritmo, ambiente, ferramentas de trabalho, equipamentos de uso diário etc.) ao idoso e às dificuldades que apresenta.